25 jan. 2008
MOSCOU (AFP) — O presidente russo Vladimir Putin garantiu nesta sexta-feira a seu colega sérvio, Boris Tadic, a oposição categórica da Rússia a qualquer declaração unilateral de independência do Kosovo, durante a assinatura de importantes acordos energéticos no Kremilin.
"A Rússia se opõe categoricamente a uma proclamação unilateral de independência do Kosovo", insistiu Putin à imprensa.
"Isso poderia provocar graves danos ao sistema de direito internacional e teria conseqüências negativas tanto para os Bálcãs, quanto para o mundo", ressaltou.
Boris Tadic agradeceu a seu tradicional aliado o apoio "sem o qual a Sérvia teria mais dificuldade em defender seus interesses no Kosovo". Mesmo com o apoio russo, Belgrado se isolou na comunidade internacional, notadamente diante de Washington e de uma maioria dos Estados-membros da União Européia, que consideram a independência como inevitável.
Na véspera, o primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaçi, disse que a proclamação da independência de sua província não era mais do que "uma questão de dias". Diplomatas europeus calculavam que ela ocorreria entre o final de fevereiro e o início de março.
"A Sérvia nunca renunciará à preservação de sua integridade territorial", insistiu Tadic ao lado de Putin.
O jornal russo Kommersant ironizava nesta sexta-feira esta troca de gentilezas, vendo no apoio de Moscou a Kosovo uma recompensa a Belgrado pelos importantes ativos cedidos ao gigante russo Gazprom.
Os acordos sobre gás e petróleo, anunciados em 22 de janeiro por Belgrado, só foram assinados de fato durante esta cerimônia presenciada pelo primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica e o vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, sucessor designado de Vladimir Putin.
O primeiro documento assinado é um protocolo de acordo que trata da tomada de controle pela gigante Gazprom sobre o maior grupo petrolífero sérvio, Indústria Petrolífera da Sérvia (NIS), com 51% de seu capital.
Segundo o texto deste documento citado pela agência Itar-Tass, a Gazprom Neft, filial petrolífera da gigante do gás russo, comprou 51% da NIS por 400 milhões de euros e se prepara para investir outros 500 milhões de euros até 2012 para modernizar a empresa sérvia.
O segundo é um "acordo de cooperação" intergovernamental entre os dois países para os próximos 30 anos e prevê notadamente a participação da Sérvia no gasoduto South Stream, destinado a diversificar as rotas do transporte do gás russo até a Europa.
Ao receber Tadic, Putin fez uma alusão a sua participação no segundo turno presidencial da Sérvia, em 3 de fevereiro.
"O fato de que você tenha vindo aqui apesar de um calendário político interno pesado, é prova de que o evento (a assinatura dos acordos energéticos) é importante tanto para a Sérvia quanto para a Rússia", disse Putin.
Esta visita do líder sérvio a Moscou a poucos dias da eleição esteve no centro de especulações sobre um sinal de apoio ao candidato Tadic, pró-europeu, com relação ao ultranacionalista Tomislav Nikolic, considerado pró-russo.
No momento em que acontecia a cerimônia no Kremilin, Boris Grylov, presidente da Duma (Câmara Baixa do Parlamento) e próximo de Putin, anunciou a visita, nesta segunda-feira, do candidato ultranacionalista sérvio, Tomislav Nikolic, que será recebido no Parlamento.
http://afp.google.com/article/ALeqM5g3W8SpBocaf_yyE92JUOpgJRpyvg28/01/2008
MOSCOU (Reuters) - A Rússia alertou os Estados Unidos e a União Européia que tomará uma série de medidas não identificadas se a província sérvia do Kosovo declarar independência unilateralmente.
O negociador russo para o Kosovo, Alexander Botsan-Kharchenko, se recusou a dar qualquer detalhe sobre os passos, mas disse que o reconhecimento da independência do Kosovo pelo Ocidente levaria a uma catástrofe humanitária na província.
Quando perguntado sobre se a Rússia tinha um plano de ação para o caso de Kosovo declarar independência, ele afirmou: "Sim, o Ministério do Exterior da Rússia preparou uma série de passos e medidas. Essas medidas estão totalmente de acordo com nossa posição sobre a independência para o Kosovo".
Os líderes dos albaneses étnicos, que são 90 por cento dos dois milhões na província separatista, dizem que eles estão a semanas de declarar independência da Sérvia.
Os EUA e as principais potências da UE devem reconhecer o movimento, apesar da oposição de Belgrado e da Rússia, principal potência aliada da Sérvia.
30-01-2008
«Vim manifestar o meu agradecimento ao apoio mostrado pela Rússia à Sérvia, que luta para conservar o Kosovo no seu seio», afirmou Nikolic, citado pela agência Interfax.
O político sérvio disse que Belgrado «defende os princípios da carta de fundação da Organização das Nações Unidas e a actual ordem internacional, que definem que a revisão das fronteiras é inaceitável».
No encontro esteve presente Borislav Milosevic, ex-embaixador sérvio e irmão de Slobodan Milosevic, o antigo líder jugoslavo morto em 2006.
Nikolic apresentou o diplomata sérvio como «o símbolo dos laços entre a Rússia e a Sérvia».
O candidato à Presidência sérvia descreveu a Rússia como o «principal aliado político» do país no mundo e defendeu o aumento da cooperação bilateral em todos as áreas.
Nikolic falava durante na reunião à porta fechada com o presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma), Boris Gryzlov, no segundo dia da sua visita à Rússia.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=316192Comentários: Bush e o ocidente está fortalecendo os laços da Rússia com a Sérvia. Apliando a influência de Putin. Bush deveria ser considerado o maior paspalho doque já foi presidente dos Estados Unidos. As cagadas dele está apenas fortalecendo a Putin.
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