terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Chávez propõe criação de força militar conjunta da Alba

27/01/2008 - 23h34

da Folha Online

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, propôs neste domingo a criação de uma Força Armada conjunta da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) com o objetivo de enfrentar uma hipotética agressão dos Estados Unidos ou de algum de seus aliados na região.

A proposta foi feita por Chávez durante o programa dominical "Alô Presidente!", que teve como convidado especial o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.

"Vamos encomendar a preparação de papéis de trabalho. Temos que ter uma estratégia de defesa conjunta da Alba (Bolívia, Cuba, Dominica, Nicarágua e Venezuela)", afirmou Chávez, dirigindo-se a Ortega, que apoiou a idéia.

A iniciativa se seguiu à análise que os dois presidentes fizeram da situação latino-americana, na qual destacaram que os Estados Unidos, através da Colômbia, estão ameaçando "não só a Venezuela, mas toda a América Latina", segundo Ortega.

"Se eles se meterem com algum de nós, estarão mexendo com todos. Tocar a Venezuela é incendiar a região. Tocar a Venezuela é tocar toda a América Latina", afirmou o presidente nicaragüense.

"Espero que o povo colombiano tenha a força para frear esta escalada que está ocorrendo contra a Venezuela e contra o processo de integração dos povos americanos", afirmou Ortega.

Chávez disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou recentemente de acordo em criar o Conselho de Defesa Sul-americano e que, na mesma lógica, poderia ser criado não apenas um Conselho de Defesa da Alba, mas as Forças Armadas da Alba.

Reeleição ilimitada

No programa deste domingo Chávez propôs também que em 2010 seja convocado um referendo para que se emende o artigo constitucional que limita a uma a reeleição presidencial. A idéia de Chávez é que, "se for a vontade popular e se a maioria quiser", poderia ser ativado um novo mecanismo para possibilitar mais reeleições.

A possibilidade de reeleição presidencial ilimitada foi derrotada, junto a outras 60 propostas, no referendo sobre a reforma constitucional realizado em dezembro.

O presidente disse que poderia aproveitar que em janeiro de 2010 seu mandato chega à metade para ativar a opção constitucional do referendo revogatório e acrescentar a essa consulta uma segunda pergunta sobre a reeleição.

"Sou capaz de convocar eu mesmo o referendo revogatório contra meu mandato, sem que ninguém o convoque, mas que teria duas perguntas", afirmou.

A primeira pergunta seria a do próprio referendo, sobre se o eleitor quer que o presidente termine seu mandato em janeiro de 2013 ou quer que seja interrompido e deixe a Presidência naquela data, em 2010.

A segunda, cuja natureza legal deveria ser estudada, perguntaria: "O senhor concorda em emendar o artigo 227 da Constituição, onde diz que o presidente só poderá ser reeleito uma vez?".

"Esse seria um cenário, mas não quero que discutamos isso agora porque seria cedo", acrescentou.

O venezuelano também disse que os revolucionários devem trabalhar intensamente, porque se tiver que entregar o comando a um contra-revolucionário em janeiro de 2013 "a guerra viria".

"Imaginem se assume um governo contra-revolucionário que comece a perseguir os militares patriotas, os conselhos comunais, os médicos cubanos, os programas alimentícios, as bolsas de estudos, que privatizasse a saúde, isso seria a guerra", afirmou.

Depois, se dirigiu aos venezuelanos opositores e disse: "Pensem, vejam além, porque nós somos o projeto da paz e eles são o projeto da guerra".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367410.shtml

Comentário: Hugo Chavez é apenas uma pessoa que quer levar a instabilidade política na América Latina.

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