sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Ministra também abusou nas diárias de viagens

01/02/2008 - 18:13

Matilde Ribeiro pediu demissão após farra com cartões corporativos do governo

RODRIGO RANGEL

Não foi só dos cartões corporativos do governo que a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, abusou. Ela também exagerou nas viagens internacionais - e é, por isso, uma das recordistas em diárias recebidas do governo. Nos últimos quatro anos, Matilde recebeu nada menos que R$ 101.594,11 em diárias de viagens, de acordo com levantamento feito por ÉPOCA.

A paulista Matilde, filiada ao PT desde os anos 80, anunciou na tarde desta sexta-feira seu pedido de demissão. Sua permanência no primeiro escalão ficou insustentável após a descoberta de que fez gastos de R$ 171,5 mil com o cartão corporativo do governo, incluindo despesas estritamente pessoais, como compras num free-shop e aluguel de carro durante feriado.

Matilde foi a recordista nos gastos com o cartão em 2007. Ao pedir demissão, ela afirmou que foi induzida ao erro por funcionários da pasta que comandava. As despesas de Matilde com o cartão acabaram por chamar atenção para a farra da ministra com dinheiro público. As diárias de viagens são exemplo de como Matilde se tornou cara - no sentido financeiro do termo mesmo - para o governo. Seu recorde de diárias foi em 2006, quando recebeu R$ 34,1 mil. É um valor alto se comparado ao que receberam, no mesmo período, alguns de seus principais colegas da Esplanada. Inclusive titulares de ministérios onde viagens internacionais são uma atribuição inerente ao cargo. No mesmo ano em que Matilde recebeu R$ 34 mil, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, por exemplo, recebeu R$ 19 mil.

Segundo o Ministério do Planejamento, responsável pelos gastos com os servidores públicos federais em geral, o governo paga diárias a ministros apenas em viagens internacionais. O valor varia de acordo com o país visitado. O ministério informou que os ministros não precisam prestar contas das diárias que recebem. Quando não gastam todo o valor da diária, eles podem ficar com a diferença. O dinheiro é só para despesas como alimentação e hospedagem (as passagens aéreas são pagas à parte pelo governo). No caso de Matilde, os números mostram que, se a gestão dela não foi lá essas coisas, sua passagem pelo governo serviu pelo menos para ela conhecer o mundo - e gastar às custas do dinheiro público. Dá-lhe mordomia!


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81479-6009-507,00.html

Comentário: Só falta dizer que a saida dela foi por causa de racismo.

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