sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A temperatura em que o papel queima

Fahrenheit 451 é o título de um livro de Ray Bradbury (http://www.raybradbury.com/books/fahrenheit451.html) na linha de 1984 de George Orwell , e inspirou o diretor François Truffaut a rodar um filme homônimo, único filme seu em inglês. E trata-se de o melhor filme de “ficção científica” de todos os tempos (aguardo a primeira pedra!).

A estória se passa em um futuro não muito distante, onde uma sociedade totalitária é controlada pela “Família”. As pessoas que vivem nessa sociedade são educadas a desempenharem certas funções sociais, sem se questionar muito sobre o que estão de fato realizando. O sucesso deste estado de obediência e paz social deve-se, especialmente, ao cuidado com a educação. Nas escolas, as crianças aprendem a não-ler e que livros são para se queimar.

Assim, somos apresentados ao dócil Montag (Oskar Werner), um bombeiro (fireman) que, ao contrário do que o nome de sua profissão possa sugerir, não tem a tarefa de apagar incêndios (uma vez que as casas são todas a prova de fogo, ou ao menos é isso que a “famíla” diz). Os fireman são responsáveis por atear fogo nos livros, e perseguir, prender e executar as pessoas encontradas junto aos livros. Algo como a Gestapo ou a PM.


Tudo vai bem com Montag. Ele queima livros, faz seu trabalho, e se sente feliz e normal. Está prestes a ser promovido a capitão. Sua bela esposa vive tranquila e feliz em seu lar, sempre envolvida em seus programas de TV (aliás, é magnífica a cena do programa de tv interativo. Penso que farão da TV digital algo semelhante). É a paz soberana, a suma felicidade.

Entretanto, Montag começa a se inquietar quando é questionado por uma jovem da resistência se ele alguma vez havia lido um dos milhões de livros que queimou.

–Detalhe da resistência (tão poético!): já que não se pode guardar os livros, seus guerrilheiros devem decorar na íntegra seus livros prediletos. Assim, acabam por se tornar os próprios livros. Vivem em uma comunidade-biblioteca. É sensacional.

Montag então começa a ler. E compreende porque a Família sempre havia alertado sobre a periculosidade dos livros: eles propiciam o pensar por si mesmo. E quando você começa questionar as coisas, deixa de ser feliz. Por que? A sociedade revela-se para Montag como algo horrível.

Ele se dá conta de que é dominado, e que não é um membro da Família, como esta pretendia. Entende que ser um parente desta coisa é algo abominável, e que a felicidade e a paz não são tão felizes e pacíficas como se imaginava. Decide então colaborar com a resistência, e prepara uma estratégia para tentar derrubar a Família e livrar o povo de suas viseiras. No entanto, não vemos no filme o desfecho deste contra-golpe.





"BIG BROTHER": GRÃ-BRETANHA CORRE RISCO DE VIRAR ESTADO DE VIGILÂNCIA

29/01/2008 12:53

LONDRES, 29 JAN (ANSA) - A Grã-Bretanha corre o risco de se converter em uma nação de vigilância máxima ao estilo "1984", alerta um relatório que mapeia os "grampos" feitos pelas autoridades nos telefones dos britânicos.
Segundo o jornal inglês Daily Telegraph, as prefeituras do país, a polícia e os serviços de Inteligência britânicos interceptam chamadas telefônicas, mensagens de correios eletrônicos e cartas de centenas de milhares de pessoas diariamente.
Um relatório oficial realizado por Paul Kennedy, encarregado da interceptação de comunicações, concluiu que as pessoas investigadas são suspeitas de fraudar o Estado ou de exercer atividades terroristas.
O relatório alerta que a Grã-Bretanha corre o risco de se converter em um "Estado de vigilância permanente". De acordo com a investigação, ao menos mil pessoas ao dia são espionadas por erros administrativos sem haver violado qualquer lei.
David Winnick, membro trabalhista do Comitê parlamentar de Assuntos do Interior, pediu ao governo que previna abusos dos poderes de vigilância, implementando novas medidas.
A Grã-Bretanha é o país que possui o maior número de câmeras de segurança de circuito fechado por pessoa no mundo.
Winnick comparou a atual situação do país com o livro de George Orwell "1984".
"Tornar-nos cegamente uma nação ao estilo "1984" é algo que ninguém em sã consciência quer", disse o deputado.
Por sua vez, Michael Parker, do grupo NO2ID, que se opõe à introdução de um sistema de vigilância por cédulas de identidade, disse que o governo quer obter cada vez mais informação sobre os britânicos. "Estamos vivendo em um Estado de vigilância", disse.
O relatório informou que nos últimos nove meses de 2006, foram interceptadas 253.557 ligações, e-mails ou cartas pessoais de britânicos. (ANSA).

http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/rubriche/mundo/20080129125334582256.html

A tecnologia e a ciência de Huxley em Admirável Mundo Novo

No romance Brave new world (Admirável mundo novo), escrito na década de 30, Aldous Huxley descreve visionariamente um futuro utópico para o ano de 635 d.F. (depois de Ford)[1]. Nessa nova sociedade o Estado garante a todos os cidadãos o bem-estar social e a felicidade permanente, além de manter a estabilidade do governo e das classes. Para efetuar o controle da população e, conseqüentemente, torná-la estável, o governo utiliza recursos da engenharia genética, da farmacologia, do entretenimento – jogos, música, cinema - sem precisar se valer dos recursos usuais de violência, da repressão ou das armas. Um tipo de regime totalitário se instala na sociedade, à medida que a liberdade de sentir e de pensar do indivíduo, sua personalidade e suas particularidades subjetivas são subtraídas por esses mesmos métodos.

Nesse futuro anunciado, a engenharia genética chega a tal estágio de desenvolvimento que permite uma revolução na técnica de fecundação através do processo bokanovsky de reprodução humana, o qual permite que um único óvulo fecundado forme cerca de 96 gêmeos idênticos. A concepção e gestação de indivíduos não se dá mais através das relações sexuais, mas nas incubadoras dos laboratórios, que simulam as características físico-químicas dos vivíparos.

O principal avanço da bokanovskização não está no número de seres idênticos que podem ser formados, mas na possibilidade de pré-determinar no indivíduo certos atributos físicos e mentais por meio da manipulação genética. Há um processo de condicionamento genético nas salas de predestinação social dos Centros de Incubação e Condicionamento que aplica funcionalmente os mesmos princípios das linhas de montagem no processo de desenvolvimento do embrião. O processo se justifica pelas próprias necessidades do mercado de trabalho: se há a necessidade de trabalhadores de determinado tipo, a quantidade é determinada e o condicionamento genético confere aos novos indivíduos capacidades inatas para o exercício das funções solicitadas. O maior problema que a engenharia genética procura dissolver é desenvolver técnicas que permitam o crescimento acelerado do indivíduo, tanto física quanto intelectualmente, de modo a permitir a “industrialização” de seres humanos.

O capitalismo continua sendo o modelo econômico vigente, mas não há uma divisão por classes econômicas e, sim, por castas intelectuais - os alfas, os gamas, os betas, os deltas e os ípsilons – em escala piramidal decrescente. Por força do condicionamento genético – intelectual e físico – e do condicionamento psicológico por hipnopedia[2], não se verifica qualquer tipo de mobilidade ou descontentamento social. No sistema social huxleano surge um outro tipo de preconceito, diferente do econômico e do social, determinado exatamente pelas diferenças de compleição entre as castas - o preconceito genético.

A partir desses aspectos, podemos observar que Huxley pretendia denunciar a possibilidade de uma sociedade sombria, num futuro distante de sua época, onde a tecnologia estaria a serviço do controle do Estado e do projeto de padronização humana segundo os conceitos de comunidade, identidade e estabilidade.

A proposta de desenvolvimento artificial de seres idênticos, científica e imaginária, talvez date da publicação de The origin of species (A origem das espécies) de Charles Darwin, em 1859, mas é um tema que se renovou nas últimas décadas com a possibilidade científica da clonagem. O primeiro mamífero a ser clonado na história foi a ovelha Dolly, em 1997, por um grupo de cientistas escoceses. A técnica utilizada torna possível a clonagem de um único indivíduo adulto por vez, pela introdução do núcleo de uma célula somática (não-reprodutiva) do indivíduo que se pretende clonar, no óvulo de uma doadora, do qual foi retirado o núcleo. Por causa da retirada do núcleo do óvulo, o indivíduo que será desenvolvido nessa fecundação manterá exclusivamente um idêntico padrão genético que o do doador, não se fundindo diferentes padrões, como ocorre nas células sexuais. Para que se prossiga o processo, o óvulo fecundado recebe uma descarga elétrica a fim de induzir a formação do indivíduo, depois se implanta o embrião no útero de uma “mãe de aluguel”.

A inviabilidade desse método reside tanto na necessidade de um grande número de tentativas (chegaram a 300 óvulos fecundados no caso da ovelha Dolly) para se formar um único indivíduo quanto nas deficiências físicas (como o envelhecimento precoce) a que o ser clonado fica propenso.

O que é bastante interessante para os estudos é que a obra foi escrita em 1932, época em que diversas áreas da ciência, principalmente a engenharia genética, ainda estavam pouco desenvolvidas, segundo um projeto de associação do imaginário, do profético e da ciência. Por esse motivo, o romance situa-se, ao lado de 1984, de George Orwell, publicado em 1948, enquanto um importante representante da literatura futurista e, sobretudo, da literatura dita visionária.

No mundo huxleano, constituído de homens produzidos em laboratório, psicologicamente designados para desempenhar o papel social exigido pelo Estado, existe a intenção de se entender o homem como uma entidade mecanizada e programável, diferentemente de outras produções futuristas, que valorizam a supremacia da máquina e da tecnologia sobre o homem. Nesse sentido, a liberdade de querer ser alguém, de crescer na vida e ter o livre arbítrio, de ter sentimentos próprios não existe. Os seres humanos passam a ser máquinas especializadas apenas para exercer determinada atividade, nada mais. Embora diferente na relação homem/máquina, Brave new world, assim como outras obras de ficção futurista que trataram do tema das potencialidades da ciência e da tecnologia, Huxley condicionou o desenvolvimento científico a formas de controle político, como aponta Szabolcsi (1990: 123) a respeito dessas produções: “Praticamente todas essas obras têm como fundamento experiências de confronto entre o poder impessoal e o indivíduo, o perigo da despersonalização e a mecanização crescentes, além do protesto contra todas as espécies de ditadura. Mi (Nós, 1924), de Evgueni Zamiantin, é o precursor, nos anos 20; Brave New World (Admirável mundo novo, 1932), de Aldous Huxley, é o produto dos anos 30, e 1984 (1949), de George Orwell, dos anos 40”

Além do condicionamento genético e psicológico, os indivíduos eram controlados emocionalmente por uma poderosa substância psicoativa – o soma. Considerado a droga perfeita por seus efeitos narcótico, eufórico e alucinante, o soma permitia ao usuário tirar férias da realidade e se evadir de qualquer tipo de comportamento emocional que fosse prejudicial ao seu desenvolvimento enquanto cidadão. Permanentemente felizes e sem qualquer tipo de distúrbio emocional - como a depressão, a tristeza, a solidão – os cidadãos nunca se motivariam a qualquer insurreição contra o Estado. Por esse motivo, era um tipo de droga lícita distribuída como ração obrigatória pelo próprio governo.Em se tratando de drogas que tenham efeitos semelhantes ao descrito por Huxley, o que podemos destacar entre os fármacos atuais é o Ecstasy e o Prozac.

O Ecstasy, nome fantasia da substância metileno-dioxido-meta-anfetamina, foi utilizado pela primeira vez em 1914 pelas tropas alemãs com a finalidade de inibir o apetite, mais tarde, na década de 60, foi descoberto seu efeito alucinógeno e seu poder de “love drug”, pois criava nos usuários a sensação de felicidade. Nos anos 70, por causa dos efeitos colaterais da droga – insônia, ansiedade fóbica, paranóia, depressão, perda de memória – houve um controle do uso até sua proibição definitiva em 1985 (Connecticut Clearinghouse, 2003).

O Prozac, como é chamado o cloridrato de fluoxetina, surgiu em 1987, e é empregado no tratamento de depressão, transtorno obsessivo compulsivo e bulimia nervosa. Oferece poucos efeitos colaterais, na maioria deles bastante brandos, se relacionados aos do Ecstasy, como dor de cabeça, tontura, sedação, e permite que o usuário mantenha padrões estáveis de felicidade.

Reforçando ainda a política do bem-estar social, estava o entretenimento alienante dos jogos – golfe obstáculo, golfe eletromagnético, pelota escalátor, balatela centífuga –, a artificialidade da música sintética e o hiper-realismo do cinema sensível. O Colégio de Engenharia Emocional explorava os recursos da cultura de massa, com o intuito de reforçar as normas sociais e promover o conformismo social, visto que os objetos produzidos por essa cultura são narcotizantes. À propaganda, à televisão, ao cinema, à música não cabiam outras funções, a não ser a de legitimar o próprio sistema que as produziu. Dentre os mecanismos de maior funcionalidade para esses propósitos, podemos selecionar a música sintética e o cinema sensível.

A música sintética era um tipo de construção musical atrelada aos padrões de consumo massivo e, conseqüentemente, alienante. As seqüências musicais eram reproduzidas em caixas de som e eram recriações eletrônicas de sons de diversos tipos de instrumentos musicais, ou melhor, era uma “música produzida a partir de não instrumentos, ou de instrumentos adaptados de forma a produzirem som modificado pela eletricidade” (Wanderley, 2003). Filippo Marinetti e Luigi Russolo, em 1912, intelectuais diretamente envolvidos com o movimento estético futurista, afirmavam a música eletrônica como a representante da modernidade. Na década de 70, com o desenvolvimento da informática, desenvolveu-se a música eletrônica como conhecemos, embora o seu significado histórico, de música produzida por eletricidade e magnetismo, tenha se perdido.

A música eletrônica integra os novos padrões tecnológicos da engenharia computacional, quando permite que até mesmo o usuário de um computador pessoal, desenvolva as funções de um estúdio digital usando, por exemplo “o seqüenciador para o auxílio à composição, o sampler para a digitalização do som, os programas de mixagem e arranjo do som digitalizado e o sintetizador, que produz sons a partir de instruções ou de códigos digitais” além da possibilidade que o padrão MIDI (Musical Instrument Digital Interface) oferece reproduzir qualquer seqüência de introduções musicais produzida em qualquer estúdio digital em qualquer sintetizador do planeta (Lévy, 1999: 141). A música eletrônica abarca diversas variedades de estilo, mas os principais são o house, o techno, o trance e o drum’n’bass. Com relação à música sintética descrita por Huxley, a música eletrônica é esteticamente superior e desvinculada dos mesmos padrões alienantes a que aquela estava condicionada. O efeito da e-music, como também é conhecida, sobre quem a consome é um tipo de efeito hipnótico garantido pelo compasso, em geral 4x4, pela velocidade de bpm (batidas por minuto) e pelas variações musicais permitidas pelos samplers, sintetizadores e outros instrumentos eletrônicos. Por causa da presença da repetitividade na batida, a música eletrônica filia-se aos conceitos de arte minimalista, embora permita seqüências musicais bastante complexas e sempre originais, e garante um status de música pós-moderna (Chies, 2003).

Da mesma forma que a música sintética estava preocupada com o consumo e a alienação, o cinema sensível procurava oferecer o máximo de realismo para o espectador, através dos cinco sentidos. Os filmes produzidos pelo Colégio de Engenharia Emocional não possuíam qualquer tipo de enredo, se fixando apenas em imagens que pudessem legitimar ainda mais os mecanismos narcotização da cultura de massa.

Da época de Huxley para cá o cinema evoluiu consideravelmente, embora não tenha atingido os mesmos padrões de realismo. Em 1935 surgiu o cinerama, que proporcionava uma ilusão de realidade ao espectador por meio da sua tela em 180º e do ângulo de filmagem do filme – simulando a visão do próprio personagem da ação. No mesmo ano também se desenvolve o padrão de cores das imagens com o technicolor. Em substituição ao som mono, em 1976 surgiu o sistema Dolby Stereo, que melhorava significativamente a qualidade do som. Na década de 90, apareceu o Dolby Surround oferecendo um padrão de realismo sonoro mais superior que os seus predecessores. Embora a imagem tenha-se digitalizado, a tela do cinema ganhado um formato plano e o efeito surround tenha simulado “realidades sonoras”, nada se compara ao que foi desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Emocional em Brave new world.

Com vista nas tecnologias discutidas – o processo bokanovsky, o soma, a música sintética e o cinema sensível – podemos pensar na existência num imaginário tecnológico, derivado diretamente da experiência, da observação e da premonição do que estaria por ser desenvolvido em épocas posteriores. Como afirma Seymour-Smith (2002: 630), “a intenção do livro de Huxley era ser profético”, um lugar imaginativo que pudesse expressar o seu “desgosto com os rumos do seu tempo em direção à superficialidade mental e à auto-indulgência sexual”. Por esses motivos, associados às necessidades da própria obra, os valores em Brave new world são completamente inversos daquilo que conhecemos, exemplificadas pelo fato de palavras como pai, mãe, filho, família serem consideradas obscenas ou mesmo uma aversão geral pelo romantismo, pela monogamia, pelo casamento enquanto que há uma valorização da promiscuidade. E mesmo esses dispositivos de controle do Estado foram concebidos de modo a atender perfeitamente os desígnios dessa sociedade futura: o processo bokanovsky permite a formação de até 96 gêmeos idênticos, que possam atender, por exemplo, uma micro-empresa; o soma, droga perfeita para a felicidade, não oferece qualquer efeito colateral; a música sintética como tentativa de descrição da desumanização do homem e o cinema sensível, criador de efeitos hiper-realistas de imagem a fim de formar espectadores “narcotizados” pela cultura de massa.

Em relação ao livro 1984, de George Orwell, o romance de Aldous Huxley age dentro das linhas da literatura utópica, já que permite ao indivíduo viver numa felicidade permanente. Enquanto que no livro de Orwell há um clima de tensão e angústia, o mesmo não se confirma na obra que analisamos. Mesmo que os recursos tecnológicos também fossem formas de perpetuar o poder do Estado, até mesmo o efeito deles é diferente. A bokanovskização e, em maior grau, o soma, a música sintética e o cinema sensível, agradam as pessoas e as deixam felizes, mesmo que haja também, por trás disso, um condicionamento psicológico para que tudo isso seja valorizado. O futuro de Huxley e sua tecnologia se tornam importantes quando esbarram nos limites da ética: até que ponto o homem pode controlar o próprio homem?

Bibliografia:

Admirável Mundo Novo
ALDOUS HUXLEY
Cibercultura - PIERRE LEVY
1984 - Edição Comemorativa - GEORGE ORWELL
Os 100 Livros que Mais Influenciaram a Humanidade - MARTIN SEYMOUR-SMITH
Literatura Universal do Século XX: Principais Correntes - MIKLOS SZABOLCSI
• CHIES, Thais Cristine. Novas formas de viver – clubbers e ravers. Disponível em: Acesso em 24 de agosto de 2003.
• ECSTASY. Disponível em: Acesso em: 04 de setembro de 2003.
• WANDERLEY, Saulo. A origem da música eletrônica. Disponível em: Acesso em: 19 de junho de 2003.

Notas:

[1] Referência à implantação das linhas de montagem na indústria automobilística por Henry Ford. De acordo com o calendário oficial, a história se passaria num ano próximo de 2548.

[2] A hipnopedia consiste na repetição de informações durante o sono por um determinado espaço de tempo. Ao fim de cada processo hipnopédico, a informação é interiorizada e se transforma num axioma, num tipo de verdade universal para o indivíduo.

Frankenstein

Frankenstein ou o Moderno Prometeu (Frankenstein; or the Modern Prometheus, no original em inglês), mais conhecido simplesmente por Frankenstein, é um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico, de autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida em Londres. O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro em seu laboratório. Mary Shelley escreveu a história quando tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817, e a obra foi primeiramente publicada em 1818, sem crédito para a autora na primeira edição. Atualmente costuma-se considerar a versão revisada da terceira edição do livro, publicada em 1831, como a definitiva.

O romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura popular ocidental.

Enredo

O romance é narrado através de cartas escritas pelo capitão R. Walton para sua irmã enquanto ele está ao comando de uma expedição náutica que busca achar uma passagem para o Pólo Norte. O navio sob o comando do capitão Walton fica preso quando o mar se congela, e a tripulação avista a criatura de Victor Frankenstein viajando em um trenó puxado por cães. A seguir o mar se agita, liberando o navio, e em uma balsa de gelo avistam o moribundo doutor Victor Frankenstein. Ao ser recolhido, Frankenstein passa a narrar sua história ao capitão Walton, que a reproduz nas cartas a irmã. A história do capitão Walton é chamada de narrativa moldura (as vezes também narrativa quadro), onde uma história contém outra.

Victor Frankenstein começa contando de sua infância em Genebra como filho de um aristocrata suíço e adolescência como estudante autodidata dedicado e talentoso. Neste ponto ele apresenta Elizabeth, criada como irmã adotiva, e Henry Clerval, seu amigo para a vida toda. Frankenstein interessa-se pelas ciências naturais e acaba estudando livros de mestres alquimistas, especialmente Cornélio Agripa, Paracelso e Albertus Magnus até os 17 anos de idade, quando seus pais enviam-no para estudar na Universidade de Ingolstadt, na Alemanha. Porém, antes da partida sua mãe contrai escarlatina ao cuidar de Elizabeth, e vem a falecer.

Ao chegar em Ingolstadt o jovem Victor procura seus futuros mestres, que condenam fortemente o tempo de estudo dedicado aos mestres alquimistas, e apresentam-lhe as modernas ciências naturais. Empenhado em descobrir os mistérios da criação, Victor estuda febrilmente e acaba encontrando o segredo da geração da vida, o qual se recusa a detalhar ao seu interlocutor, o capitão Walton.

Frankenstein então dedica-se a criar um ser humano gigantesco, sacrificando o contato com a família e a própria saúde, e após dois anos obtém sucesso. Porém, Victor enoja-se com sua criação, e abandona-a, fugindo. É encontrado por seu amigo Clerval, que viera a Ingolstadt estudar. Exausto, sucumbe à febre, sendo cuidado por seu amigo pelos meses seguintes, até seu reestabelecimento.

Victor Frankenstein recebe uma carta de seu pai relatando o assassinato de William, o seu irmão mais novo, e pedindo a sua volta. Ao chegar em Genebra, é informado que Justine, uma criada muito querida da casa dos Frankenstein, é acusada do crime, sendo encontrada com ela a jóia que o menino levava antes de desaparecer, e que não estava junto ao cadáver. Mesmo assim Victor está convencido de que Justine é inocente, e o verdadeiro culpado é a sua criatura. Porém as evidências contra ela são fortes e Justine é condenada a morte e executada pelo crime. Frankenstein passa a se sentir culpado por ter criado o monstro, e o segredo e a culpa passarão a lhe torturar.

Lutando contra o desespero, o doutor Frankenstein resolve escalar o Mont Blanc. Durante a subida, é encontrado por sua criatura, que é surpreendentemente articulada e eloqüente. O monstro conta sua história, narrando como fugiu do laboratório de Frankenstein para uma floresta próxima, onde aprendeu a comer frutas e vegetais, e a usar o fogo. Porém, ao encontrar seres humanos era sempre escorraçado e agredido, então eventualmente esconde-se no depósito de lenha anexo a uma cabana. Lá, observa através de frestas na parede a vida de uma família pobre de ex-nobres, afeiçoando-se a eles e ajudando-os em segredo. A família consistia de um pai cego e um casal de irmãos. Aprende a língua e a escrita espionando as aulas que davam à noiva árabe do irmão, e encontra livros onde aprende sobre a vida e a virtude. Após longo tempo toma coragem para se apresentar a família, e consegue conversar com o pai cego, mas quando os filhos chegam e o vêem junto ao pai também escorraçam o monstro, e fogem para sempre da cabana. A criatura torna-se amargurada e resolve procurar seu criador, cujo diário descobrira no bolso do casaco que levou do laboratório na noite da fuga. Durante a travessia é sempre agredido pelos humanos.

Ao chegar em Genebra encontra o irmão mais novo de Victor, William, e assassina-o, incriminando depois Justine. Ao terminar sua história, o monstro exige a promessa de que Frankenstein construa uma fêmea para ele, prometendo por sua vez deixar a humanidade em paz e ir viver com a sua noiva nas selvas sul-americanas. Frankenstein concorda, e ao voltar para Genebra torna-se noivo de Elizabeth, partindo com Clerval para a Inglaterra, a fim de cumprir a sua promessa.

Na Grã-Bretanha, Frankenstein vai para uma ilha, onde começa a construir a fêmea. Entretanto, ele muda de idéia, temendo criar uma raça de monstros, e destrói a criatura incompleta. O monstro acompanha o ato, e jura se vingar. Em seguida assassina Clerval. Frankenstein chega a ser acusado do crime, mas é inocentado por possuir um forte álibi. Seu pai vem lhe buscar e ambos retornam à Suíça.

Mesmo devastado pela culpa e pela tristeza, Victor casa-se com Elizabeth e no mesmo dia sai para viajar em lua de mel. Na noite de núpcias, fica vigiando a casa, temendo um ataque da criatura contra ele, mas o monstro ataca Elizabeth e a estrangula. Victor volta a Genebra, e com a notícia da morte de Elizabeth, seu pai adoece e morre em seguida. Jurando vingança, o criador passa a perseguir a criatura, que o leva através de uma longa caçada em direção ao norte, prosseguindo pelos mares congelados, onde eventualmente são avistados pelo capitão Walton e sua tripulação.

O navio dos exploradores fica preso no gelo, e Victor, já bastante doente, acaba morrendo. O capitão Walton então surpreende a criatura na cabine, no leito de morte de Frankenstein, pranteando seu criador. Ela diz para Walton que não havia mais o que temer pois seus crimes terminaram com a morte de Frankestein e prometeu ir ao extremo Norte e lá ela cometeria o suícidio trazendo paz aos humanos.

Origens

Em 1815 o Monte Tambora na ilha de Sumbawa, na atual Indonésia, entrou em erupção. Como consequência, um milhão e meio de toneladas de poeira foram lançadas na atmosfera, bloqueando a luz solar, deixando o ano de 1816 sem verão no hemisfério norte.

Neste ano, Mary Shelley, então com 19 anos e ainda com o nome de solteira Mary Wollstonecraft Godwin, e seu futuro marido, Percy Bysshe Shelley, foram passar o verão a beira do Lago Léman, onde também se encontrava o amigo e escritor Lord Byron. Forçados a ficar confinados por vários dias em ambiente fechado pelo clima hostil anormal para a época e local, os três e mais outro hóspede, o também escritor John Polidori, passavam o tempo lendo uns para os outros historias de horror, principalmente histórias de fantasmas alemãs traduzidas para o francês.

Eventualmente Lord Byron propôs que os quatro escrevessem, cada um, uma história de fantasmas. Byron escreveu um conto que usaria em parte mais tarde na conclusão de seu poema Mazzepa. Inspirado por outro fragmento de história de Byron desta época, Polidori mais tarde escreveria o romance “O Vampiro”, que seria a primeira história ocidental contendo o vampiro como conhecemos hoje, e que décadas depois inspiraria Bram Stoker no seu Drácula. Porém, passados vários dias, Mary Shelley ainda não conseguira criar uma história. Eventualmente ela veio a ter uma visão sobre um estudante dando vida a uma criatura. Essa visão tornou-se a base da história de Frankenstein, a qual Mary Shelley veio a desenvolver em um romance, encorajada pelo seu futuro marido.

Desta forma, é curioso notar que o Frankenstein e o Vampiro vieram a ter sua gênese literária na mesma ocasião.

Shelley relatou sua versão da gênese da história no prefácio à terceira edição de seu romance.

O nome da Criatura

Embora a cultura popular tenha associado o nome Frankenstein à criatura, esta não é nomeada por Mary Shelley. Ela é referida como “criatura”, “monstro”, “demônio”, “desgraçado” por seu criador. Após o lançamento do filme Frankenstein em 1933 o público passou a chamar assim a criatura. Isso foi adotado mais tarde em outros filmes. Alguns argumentam que o monstro é, de certa forma, um “filho” de Victor, e portanto pode ser chamado pelo mesmo sobrenome.

Frankenstein é o antigo nome de uma antiga cidade na Silésia, local de origem da família Frankenstein. Mary Shelley teria conhecido um membro desta família, o que possivelmente influenciou sua criação.

Temas

Frankenstein aborda diversos temas ao longo do texto, sendo o mais gritante a relação de criatura e criador, com óbvias implicações religiosas. Uma influência notável na obra é o poema Paraíso Perdido de John Milton, que aborda a criação do homem e sua subseqüente queda. A influência torna-se explícita tanto através da epígrafe que cita três versos do poema, quanto aparecendo diretamente em Frankenstein: é um dos livros que a criatura lê.

A queda, ou a ruína, está bastante presente no livro de Shelley, que traça a destruição física e moral de Victor Frankenstein, e é aludida não só nas citações de Paraíso Perdido, como no próprio título da obra: O Moderno Prometeu. Prometeu é um personagem da mitologia grega, um titã que, ao roubar o segredo do fogo, o qual era reservado aos deuses, para doá-lo a humanidade, é severamente punido por Zeus. O paralelo com a trajetória de Victor Frankenstein é direto, e o livro deixa claro que o segredo da criação da vida a partir de matéria inanimada é de natureza divina.

O poder exercido pela humanidade sobre a Natureza através da ciência e da tecnologia é outro tema principal da obra, e encaixa-se no espírito da época, o estágio inicial da Revolução Industrial.

Outros temas são abordados com menos ênfase. A amizade verdadeira é tratada, com o Capitão Walton desejando tornar-se amigo de Victor, e Victor elaborando sobre ela ao se referir a sua amizade com Clerval.

Preconceito, ingratidão e injustiça também estão presentes. A criatura é sempre julgada por sua aparência, e agredida antes de ter uma chance de se defender. Em um episódio, o monstro salva uma garotinha inconsciente e, ao tentar devolvê-la para seu pai, é baleado e acusado de tê-la agredido. A inveja também aparece, ao subverter os bons sentimentos iniciais do monstro.

A expressão do sublime através da grandiosidade da Natureza é um tema caro ao Romantismo, e aparece em Frankenstein nas descrições das grandes planícies de gelo e das paisagens da Europa.

Por fim, a inevitabilidade do destino, tema muito desenvolvido na literatura clássica, é constatemente aludida ao longo do romance, que é uma obra que se presta a múltiplas interpretações e leituras.

Guilherme Tell

Guilherme Tell (em alemão Wilhelm Tell) foi um herói lendário do início do século XIV, de disputada autenticidade histórica, que se pensa ter vivido no cantão de Uri, na Suíça.

O nome Guilherme Tell surge tipicamente associado à guerra de libertação nacional da Suíça face ao império Habsburgo da Áustria.

A lenda

Guilherme Tell de Bürglen era conhecido como um especialista no manejo da besta. Na altura, os imperadores Habsburgos lutavam pelos domínios de Uri e, para testar a lealdade do povo aos imperadores, Albrecht Gessler, um governador austríaco tirano, pendurou num poste um chapéu com as cores da Áustria, numa praça de Altdorf. Todos que por lá passassem teriam de fazer uma vénia como prova do seu respeito. O chapéu estava guardado por soldados que se certificariam que as ordens do governador eram cumpridas.

Um dia, Guilherme e seu filho passaram pela praça e não salutaram o chapéu. Prenderam-no imeditamente e levaram-no à presença do governador que, reconhecendo-o, o fez, como castigo, disparar a besta a uma maçã na cabeça do filho. Tell tentou demover Gessler, sem sucesso; o governador ameaçaria ainda matar ambos, caso não o fizesse.

Tell foi assim trazido para a praça de Altdorf, escoltado por Gessler e os seus soldados. Era o dia 18 de Novembro de 1307 e a população amontoava-se na expectativa de assistir ao castigo (e, sobretudo, ao seu culminar). O filho de Guilherme foi atado a uma árvore, e a maçã foi colocada na sua cabeça. Contaram-se 50 passos. Tell carregou a besta, fez pontaria calmamente e disparou. A seta atravessou a maçã sem tocar no rapaz, o que levaria a população a aplaudir os dotes do corajoso arqueiro.

Não obstante, Guilherme trazia uma segunda seta. Gessler, ao vê-la, perguntou porque ele a trazia. Tell hesitou. Gessler, apressando a resposta, assegurou-lhe que se dissesse a verdade, a sua vida seria poupada. Guilherme respondeu: "Seria para atravessar o seu coração, caso a primeira seta matasse o meu filho".

Indignado, Gessler mandou o rebelde para a prisão alegando que dignaria a sua promessa deixando-o viver — mas preso, no castelo de Küsnacht. Guilherme foi levado acorrentado de imediato para um barco em Flüelen, onde esperou que Gessler e seus soldados embarcassem. Não muito distante do porto, deu-se uma tempestade. O Föhn, um vento do Sul, causava ondas tão altas que dificultou a viagem, praticamente arremessando o barco contra as rochas. Os que lá viajavam, assustados, gritaram: "Só Guilherme Tell nos pode salvar!". Gessler libertou Tell, que conduziu barco em segurança ao sopé da Montanha Axenberg, perto de uma rocha chamada Tellsplatte.

Quando amarou, Tell tirou uma lança a um soldado, saltou do barco e, empurrando-o com os pés, fugiu pelo condado de Schwyz. Gessler conseguiu sobreviver à tempestade e chegou ao castelo de Küsnacht nessa mesma noite. Tell ter-se-ia escondido nuns arbustos num beco que levaria à residência do governador. Assim que Gessler e os seus apareceram, Tell matou-o com uma seta da sua besta, libertando o país da tirania do governador. Segundo a lenda, este evento marcou o início a revolta que ocorreu a 1 de Janeiro de 1308.


Wilhelm Tell, nome original deste herói, é personagem do alemão Johann Christoph Friedrich von Schiller, que além de poeta é dramaturgo e filósofo. A história de Schiller foi base para Rossini compor sua ôpera homônima. Guilherme é personagem vivo de peças teatrais e concertos de música. A Suíça adotou este arqueiro, que com bravura é lembrado nos monumentos e prédios das cidades onde seu espírito ainda vive.

Ministra também abusou nas diárias de viagens

01/02/2008 - 18:13

Matilde Ribeiro pediu demissão após farra com cartões corporativos do governo

RODRIGO RANGEL

Não foi só dos cartões corporativos do governo que a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, abusou. Ela também exagerou nas viagens internacionais - e é, por isso, uma das recordistas em diárias recebidas do governo. Nos últimos quatro anos, Matilde recebeu nada menos que R$ 101.594,11 em diárias de viagens, de acordo com levantamento feito por ÉPOCA.

A paulista Matilde, filiada ao PT desde os anos 80, anunciou na tarde desta sexta-feira seu pedido de demissão. Sua permanência no primeiro escalão ficou insustentável após a descoberta de que fez gastos de R$ 171,5 mil com o cartão corporativo do governo, incluindo despesas estritamente pessoais, como compras num free-shop e aluguel de carro durante feriado.

Matilde foi a recordista nos gastos com o cartão em 2007. Ao pedir demissão, ela afirmou que foi induzida ao erro por funcionários da pasta que comandava. As despesas de Matilde com o cartão acabaram por chamar atenção para a farra da ministra com dinheiro público. As diárias de viagens são exemplo de como Matilde se tornou cara - no sentido financeiro do termo mesmo - para o governo. Seu recorde de diárias foi em 2006, quando recebeu R$ 34,1 mil. É um valor alto se comparado ao que receberam, no mesmo período, alguns de seus principais colegas da Esplanada. Inclusive titulares de ministérios onde viagens internacionais são uma atribuição inerente ao cargo. No mesmo ano em que Matilde recebeu R$ 34 mil, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, por exemplo, recebeu R$ 19 mil.

Segundo o Ministério do Planejamento, responsável pelos gastos com os servidores públicos federais em geral, o governo paga diárias a ministros apenas em viagens internacionais. O valor varia de acordo com o país visitado. O ministério informou que os ministros não precisam prestar contas das diárias que recebem. Quando não gastam todo o valor da diária, eles podem ficar com a diferença. O dinheiro é só para despesas como alimentação e hospedagem (as passagens aéreas são pagas à parte pelo governo). No caso de Matilde, os números mostram que, se a gestão dela não foi lá essas coisas, sua passagem pelo governo serviu pelo menos para ela conhecer o mundo - e gastar às custas do dinheiro público. Dá-lhe mordomia!


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81479-6009-507,00.html

Comentário: Só falta dizer que a saida dela foi por causa de racismo.

Caso Leopold-Loeb

Leopold e Loeb mataram, Bobby Franks, um jovem de 14 anos, em 1924. O crime ficou conhecido por ter sido motivado por uma necessidade de provar que eles eram intelctualmente capazes de cometer um crime perfeito.Na época, Leopold com 19 anos e Loeb 18 acreditavam ser superhomens de Nietzsche que poderiam cometer o crime perfeito (neste caso raptar e assassinar) sem serem capturados. Eram dois jovens muito inteligentes. Leopold estudava direito na Universidade de Chicago, falava cinco línguas e era expert em ornitologia enquanto Loeb era o mais jovem graduado em história pela Universidade de Michigan. Leopold planejava transferir-se para a escola de direito de Harvard em setembro após uma viagem para Europa. Loeb planejava entrar na escola de direito da Universidade de Chicago. Tanto Leopold como Loeb viviam em uma bairro rico rodeados de judeus na cidade de Chicago.No dia 21 de maio de 1924, eles colocaram em prática o plano. Ambos atrairam Franks, um vizinho e parente distante de Loeb, para entrar em um carro alugado. Primeiro eles o perfuraram com um objeto cortante e depois mataram-no por asfixia. Após abandonar o corpo, para parecer que era um crime com motivo pediram dinheiro para a família da vítima.Antes da família pagar a extorsão, o corpo foi achado. Perto do corpo foi achado o óculos de Leopold. A carta pedindo dinheiro para família foi escrita por Leopold na máquina de escrever que ele usava na escola de direito. Durante o interrogatório da polícia, ambos confessaram o crime mas tentaram culpar um ao outro.

Esse caso inspirou o filme Festim Diabólico de Alfred Hitchcock.

Comentário: O maior mal que pode acontecer a uma pessoa é a arrogãncia. E por causa delas os dois comenteram um crime bárbaroe, subestimaram a polícia e se deram mal. A arrogância é o maior mal que pode acontecer a um intelectual.